sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Coisas que vivi

De Ricardo Zagui,
Resumo
Até aqui onde vivi, não sei direito tudo o que vi.
Não lembro bem dos porquês, de onde, e nem de quê.
De tudo o que ouvi, vi e descobri.
Até aqui, já vi de quase tudo um pouco,
Já vi o lúcido e o louco o inteiro e o troco.
Do que vivi, já me esqueci de tudo um pouco,
mas me lembro ainda de tudo, um pouco.
Conheci os homens em suas síndromes,
(e dentre os males não ignoro os meus)
Mas já até vi homens com síndrome de deus.
Daqueles que o querem imitar só no que parece ser,
mas nem tanto naquilo que se deve ser.
De tudo o que vi, ouvi, vivi e aprendi e não aprendi,
sou um pouco de cada. Disto se fez minha estrada.
De tudo do que fui feito, existem coisas pra se guardar no coração, no peito,
E outras tantas pra se guardar no armário, algum texto.
Existem marcas tão profundas que nem se fez necessária, a cicatriz,
pois se houvesse, mostraria até a raiz, mesmo sem revelar o que diz.
Ocultas na alma, ninguém conhecerá tão bem, quanto eu.
E nem melhor ainda quanto àquele que as fez...
Das pessoas que me foram dadas, as tenho como presentes,
As tenho como futuro, como esperança, como sementes.
Destas incríveis pessoas, mentores, motores, meus amores.
A gratidão é meu maior sentimento e minha resposta é aplauso,
respeito, admiração, meu carinho, meu muito obrigado.

Niterói, 14 de Dezembro de 2014.

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Porque as igrejas não crescem.

Porque a igreja não cresce
( Quantidade e qualidade )



1 Coríntios 3:2 leite vos dei a beber, não vos dei alimento sólido; porque ainda não podíeis suportá-lo. Nem ainda agora podeis, porque ainda sois carnais. 

Hebreus 5:12 Pois, com efeito, quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo, quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus; assim, vos tornastes como necessitados de leite e não de alimento sólido. 
Hebreus 5:13 Ora, todo aquele que se alimenta de leite é inexperiente na palavra da justiça, porque é criança. 
1 Pedro 2:2 desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação, 

2 Coríntios 11: 3. Mas temo que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos entendimentos e se apartem da simplicidade e da pureza que há em Cristo.

Hebreus 6: 1-2. Pelo que deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até a perfeição, não lançando de novo o fundamento de arrependimento de obras mortas e de fé em Deus,    2 e o ensino sobre batismos e imposição de mãos, e sobre ressurreição de mortos e juízo eterno.








Tomo por base estes textos para expor minha visão sobre a atual situação da igreja.
Existe um grande erro que muitos líderes cometem na boa intenção de alimentar o rebanho que é, por não saber identificar qual o alimento adequado para suas ovelhas, buscam sempre a última revelação, a palavra mais espiritual, mais profunda e bem elaborada, para levar a igreja ao crescimento ou amadurecimento. Nem sequer sabendo da necessidade de se avaliar a real maturidade de seus ouvintes, seguem por anos sem entender a ausência de respostas e em muitos casos, há até um retrocesso de crescimento numérico e de qualidade no rebanho.
O crescimento e amadurecimento dependem do alimento que se recebe, e Paulo, sabedor da realidade da igreja em Corinto, propositalmente não lhes deu outro alimento, senão, leite. O prejuízo é grande á ponto de ser insuportável e ele dá o motivo; “ainda sois carnais”.
Os sintomas
A intolerância ao alimento ministrado indevidamente gera consequências catastróficas que é um misto de recusa ao alimento, apesar da fome; uma linguagem de gente grande, apesar da estatura, evidente por seus frutos; uma porta de entrada estreita com uma de saída larga, evidenciada pela dificuldade de multiplicação de vidas e uma enorme facilidade em perdê-las; falando de unidade quando somos um grupo isolado, sem comunhão com nenhum outro de mesma ou de localidades próximas; falamos de santidade, mas vivemos sobressaltados com pecados graves; falamos de discipulado, mas nossos vínculos estão em crise e ainda há entre nós os que declaram ter aversão ao mesmo; somos críticos de outras lideranças, mas não formamos a nossa, além de irmos perdendo nossos investimentos; é possível haver solidão e doenças da alma, apesar de estarmos rodeados de irmãos, onde deveria haver cura necessária; transpira-se preconceito com assuntos do espírito e seus dons, mas uma boa festa, é bem vinda; etc..
3 CHOQUES
O discernimento, é exatamente de que há a necessidade de um choque de fundamentação, nos termos de Hebreus, e isto traz também outra constatação, que é a vital necessidade de um choque de simplicidade, mas para início de processo é inevitável que se tenha que dar um outro choque, o de realidade.
É claro que, estes termos se referem a quem deseje viver mais próximo da realidade neotestamentária, tendo a prática do Senhor  e seus discípulos e posteriormente apóstolos, como o foco. Se não for este o foco, é possível que não se enxergue estas necessidades e que se aponte outro caminho e a avaliação seja de menor gravidade.
É necessário revelação de nossa necessidade como igreja, sob pena de não sermos eficazes na identificação do remédio para a cura. Talvez nossa realidade fosse a de precisarmos de alimento sólido, se já tivéssemos cumprido a etapa criticada pelo autor de Hebreus, mas não é esta a realidade, nossos frutos nos apontam que nos enquadramos em  Hebreus, 5; 12
“Pois, com efeito, quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo, quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus; assim, vos tornastes como necessitados de leite e não de alimento sólido”. 
É normal ao lermos estas verdades, atribuirmos sempre aos outros esta condição, mas temos que abrir os olhos para não sermos enganados por nosso velho conhecido e hábil na arte de enganar, que é nosso coração, ou então estaremos fadados a seguirmos adiante, sem identificar solução e sem compreender os porquês dos acontecimentos,  eternizar a condição de uma denominação sem nome.
Pedro nos aponta qual seja nossa receptividade á esta realidade que é desejar ardentemente,
1ª. Pe, 2.2 “desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação”, 


Porque é por ele que nos é dado crescimento para salvação, é este desejo ardente que mais me preocupa, na sua possível ausência.
A questão da fundamentação afeta diretamente a porta de entrada e seus primeiros passos. É o resultado destes princípios vividos que atraem o perdido para uma nova realidade de vida. Geralmente são os novos que mais frutificam por seus testemunhos de transformação e mudança de atitude, mas quando há uma crise exatamente aí, problemas á vista e a perder de vista.
Não há como aplicar a fundamentação sem colher o resultado da simplicidade, esta só prolifera neste ambiente.
Quando nosso funcionamento não é inclusivo, nosso relacionamento também não, nossos ensinos são tão elaborados que é necessário certo grau de formação para entender e até repeti-lo, estamos na contramão da simplicidade. Simples, por definição, é algo que é de fácil acesso de prática e compreensão do mais humilde ou inculto ao mais sofisticado e culto irmão.
Ignorar esta fase da fé é tolice, e ignorar que precisamos novamente, se é que recebemos a fundamentação, é suicídio.
Não devemos jamais abandonar os rudimentos, sob pena de deixarmos para trás o elemento que traz vida á igreja. É pelo fundamento que tudo começa, que a vida começa. Parece que digo que temos que ser eternas crianças necessitadas, mas o que digo é que o leite sempre deve ser nosso primeiro material de construção, não para sermos eternamente fundamentados, mas o que muda é nossa relação com o leite. De necessitados á mestres, nós seguiremos sempre com uma relação com os rudimentos para que possamos também como Paulo dizer para os novos; “ leite vos dei á beber”. E assim de geração em geração de novos discípulos. Quando não acontece a transição, é porque na verdade não houve uma devida fundamentação e crescem as anomalias descritas no começo.
Só podemos dar o que temos, e se não transmitimos os rudimentos, o leite, é porque não temos, nos falta em nossa formação. E não podemos ignorar que por rudimento também se refere as primeiras experiências com o Espírito Santo, e por isto Paulo mesmo disse que :
1ª. Cor 14;5  “E eu quero que todos vós faleis línguas estranhas, mas muito mais que profetizeis, porque o que profetiza é maior do que o que fala em línguas, a não ser que também interprete, para que a igreja receba edificação.”
A transição esta descrita aí, quando diz que o que profetiza é maior, então sem esta transição, não há transmissão.
É Deus quem dá o crescimento, e porque nos daria filhos se não temos leite para dar? E não nos tiraria também para levá-los á quem o tenha para dar?


Resumidamente,  Ricardo Zagui
03/12/18