terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Porque as igrejas não crescem.

Porque a igreja não cresce
( Quantidade e qualidade )



1 Coríntios 3:2 leite vos dei a beber, não vos dei alimento sólido; porque ainda não podíeis suportá-lo. Nem ainda agora podeis, porque ainda sois carnais. 

Hebreus 5:12 Pois, com efeito, quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo, quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus; assim, vos tornastes como necessitados de leite e não de alimento sólido. 
Hebreus 5:13 Ora, todo aquele que se alimenta de leite é inexperiente na palavra da justiça, porque é criança. 
1 Pedro 2:2 desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação, 

2 Coríntios 11: 3. Mas temo que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos entendimentos e se apartem da simplicidade e da pureza que há em Cristo.

Hebreus 6: 1-2. Pelo que deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até a perfeição, não lançando de novo o fundamento de arrependimento de obras mortas e de fé em Deus,    2 e o ensino sobre batismos e imposição de mãos, e sobre ressurreição de mortos e juízo eterno.








Tomo por base estes textos para expor minha visão sobre a atual situação da igreja.
Existe um grande erro que muitos líderes cometem na boa intenção de alimentar o rebanho que é, por não saber identificar qual o alimento adequado para suas ovelhas, buscam sempre a última revelação, a palavra mais espiritual, mais profunda e bem elaborada, para levar a igreja ao crescimento ou amadurecimento. Nem sequer sabendo da necessidade de se avaliar a real maturidade de seus ouvintes, seguem por anos sem entender a ausência de respostas e em muitos casos, há até um retrocesso de crescimento numérico e de qualidade no rebanho.
O crescimento e amadurecimento dependem do alimento que se recebe, e Paulo, sabedor da realidade da igreja em Corinto, propositalmente não lhes deu outro alimento, senão, leite. O prejuízo é grande á ponto de ser insuportável e ele dá o motivo; “ainda sois carnais”.
Os sintomas
A intolerância ao alimento ministrado indevidamente gera consequências catastróficas que é um misto de recusa ao alimento, apesar da fome; uma linguagem de gente grande, apesar da estatura, evidente por seus frutos; uma porta de entrada estreita com uma de saída larga, evidenciada pela dificuldade de multiplicação de vidas e uma enorme facilidade em perdê-las; falando de unidade quando somos um grupo isolado, sem comunhão com nenhum outro de mesma ou de localidades próximas; falamos de santidade, mas vivemos sobressaltados com pecados graves; falamos de discipulado, mas nossos vínculos estão em crise e ainda há entre nós os que declaram ter aversão ao mesmo; somos críticos de outras lideranças, mas não formamos a nossa, além de irmos perdendo nossos investimentos; é possível haver solidão e doenças da alma, apesar de estarmos rodeados de irmãos, onde deveria haver cura necessária; transpira-se preconceito com assuntos do espírito e seus dons, mas uma boa festa, é bem vinda; etc..
3 CHOQUES
O discernimento, é exatamente de que há a necessidade de um choque de fundamentação, nos termos de Hebreus, e isto traz também outra constatação, que é a vital necessidade de um choque de simplicidade, mas para início de processo é inevitável que se tenha que dar um outro choque, o de realidade.
É claro que, estes termos se referem a quem deseje viver mais próximo da realidade neotestamentária, tendo a prática do Senhor  e seus discípulos e posteriormente apóstolos, como o foco. Se não for este o foco, é possível que não se enxergue estas necessidades e que se aponte outro caminho e a avaliação seja de menor gravidade.
É necessário revelação de nossa necessidade como igreja, sob pena de não sermos eficazes na identificação do remédio para a cura. Talvez nossa realidade fosse a de precisarmos de alimento sólido, se já tivéssemos cumprido a etapa criticada pelo autor de Hebreus, mas não é esta a realidade, nossos frutos nos apontam que nos enquadramos em  Hebreus, 5; 12
“Pois, com efeito, quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo, quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus; assim, vos tornastes como necessitados de leite e não de alimento sólido”. 
É normal ao lermos estas verdades, atribuirmos sempre aos outros esta condição, mas temos que abrir os olhos para não sermos enganados por nosso velho conhecido e hábil na arte de enganar, que é nosso coração, ou então estaremos fadados a seguirmos adiante, sem identificar solução e sem compreender os porquês dos acontecimentos,  eternizar a condição de uma denominação sem nome.
Pedro nos aponta qual seja nossa receptividade á esta realidade que é desejar ardentemente,
1ª. Pe, 2.2 “desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação”, 


Porque é por ele que nos é dado crescimento para salvação, é este desejo ardente que mais me preocupa, na sua possível ausência.
A questão da fundamentação afeta diretamente a porta de entrada e seus primeiros passos. É o resultado destes princípios vividos que atraem o perdido para uma nova realidade de vida. Geralmente são os novos que mais frutificam por seus testemunhos de transformação e mudança de atitude, mas quando há uma crise exatamente aí, problemas á vista e a perder de vista.
Não há como aplicar a fundamentação sem colher o resultado da simplicidade, esta só prolifera neste ambiente.
Quando nosso funcionamento não é inclusivo, nosso relacionamento também não, nossos ensinos são tão elaborados que é necessário certo grau de formação para entender e até repeti-lo, estamos na contramão da simplicidade. Simples, por definição, é algo que é de fácil acesso de prática e compreensão do mais humilde ou inculto ao mais sofisticado e culto irmão.
Ignorar esta fase da fé é tolice, e ignorar que precisamos novamente, se é que recebemos a fundamentação, é suicídio.
Não devemos jamais abandonar os rudimentos, sob pena de deixarmos para trás o elemento que traz vida á igreja. É pelo fundamento que tudo começa, que a vida começa. Parece que digo que temos que ser eternas crianças necessitadas, mas o que digo é que o leite sempre deve ser nosso primeiro material de construção, não para sermos eternamente fundamentados, mas o que muda é nossa relação com o leite. De necessitados á mestres, nós seguiremos sempre com uma relação com os rudimentos para que possamos também como Paulo dizer para os novos; “ leite vos dei á beber”. E assim de geração em geração de novos discípulos. Quando não acontece a transição, é porque na verdade não houve uma devida fundamentação e crescem as anomalias descritas no começo.
Só podemos dar o que temos, e se não transmitimos os rudimentos, o leite, é porque não temos, nos falta em nossa formação. E não podemos ignorar que por rudimento também se refere as primeiras experiências com o Espírito Santo, e por isto Paulo mesmo disse que :
1ª. Cor 14;5  “E eu quero que todos vós faleis línguas estranhas, mas muito mais que profetizeis, porque o que profetiza é maior do que o que fala em línguas, a não ser que também interprete, para que a igreja receba edificação.”
A transição esta descrita aí, quando diz que o que profetiza é maior, então sem esta transição, não há transmissão.
É Deus quem dá o crescimento, e porque nos daria filhos se não temos leite para dar? E não nos tiraria também para levá-los á quem o tenha para dar?


Resumidamente,  Ricardo Zagui
03/12/18

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